Sentinelas de Pedra
Flávia de Queiroz Lima
Miradouro da Lua, Luanda/ 30/03/2008
Do Miradouro da Lua
vê-se mais que o sol poente.
Lá do alto se pressente
que o vento deu forma às sombras
e a multidão de fantasmas
talhada em sulcos, na terra
foi gente arrancada, às levas,
em ferros que já não sente.
O tempo não desassombra
o clamor petrificado.
Escravos levados negros
são vultos brancos, dourados,
emparedados na terra
que ansiaram ver de novo.
São guerreiros perfilados,
são rostos desfigurados
em temporais e naufrágios,
retornados a seu porto.
Agora velam as bordas
agora choram por dentro
quase reconciliados:
o mar, os antepassados,
o silêncio, o verde, o vento.
Conhecer novas fronteiras pelas mãos dos amigos, é sempre muito mais saboroso.
Agora, vivenciar novas paisagens atravéz de um poema...é muito lindo.
Obrigada Marcio e Ângela por esse prazer inusitado.
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