terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Miradouro da Lua

Sentinelas de Pedra

 

                                  Flávia de Queiroz Lima

                                  Miradouro da Lua, Luanda/                                       30/03/2008

Do Miradouro da Lua

vê-se mais que o sol poente.

 

Lá do alto se pressente

que o vento deu forma às sombras

e a multidão de fantasmas

talhada em sulcos, na terra

foi gente arrancada, às levas,

em ferros que já não sente.

 

O tempo não desassombra

o clamor petrificado.

 

Escravos levados negros

são vultos brancos, dourados,

emparedados na terra

que ansiaram ver de novo.

 

São guerreiros  perfilados,

são rostos desfigurados

em temporais e naufrágios,

retornados a seu porto.

 

Agora velam as bordas

agora choram por dentro

quase reconciliados:

o mar, os antepassados,

o silêncio, o verde, o vento.








 

Conhecer novas fronteiras pelas mãos dos amigos, é sempre muito mais saboroso.

Agora, vivenciar novas paisagens atravéz de um poema...é muito lindo.

Obrigada Marcio e Ângela por esse prazer inusitado.

 

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