São amigos, com um sorriso cativante e uma gargalhada gostosa que lembra a do nosso Antonio.
Na rua, na batalha diária da sobrevivência, te chamam de mãe, madrinha, irmã, amiga, e pedem sempre “gasosa”.
As mulheres angolanas são uma força da natureza. Com os filhos na barriga ou nas costas, caminham equilibrando grandes bacias com o que têm para vender naquele dia: frutas, peixes, linhas, roupas, aparelhos ou o que mais possa se imaginar.
A vida se ganha na rua. Entre os carros presos no engarrafamento, vendem-se espelhos, sapatos, ferramentas, pneus, o que se conseguiu arrematar ou receber para venda nesse grande mercado ambulante.
Da “vitrine” do carro, com as janelas fechadas, o olho registra esse mercado informal que desfila na procura do freguês.
Mais de 40 anos de conflitos marcam a vida desta cidade, hoje um enorme canteiro de obras. Do terraço, vejo as gruas gigantescas revirando a terra e a história de milhões de deslocados, expondo a sua pobreza.
Um brasileiro amigo terá a tarefa de coordenar a descompressão desse tráfego impressionante, que nos faz lembrar de São Paulo como uma multidão organizada. Que os anjos digam amém.
Um comentário:
Solange,
O blog está sensacional!
Parabens pela iniciativa!
Carlos
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