Agualusa, escritor angolano conhecido no Brasil por alguns de seus trabalhos como As Mulheres de Meu Pai e O Vendedor de Passados, escreveu uma crônica sobre as Olimpíadas publicada na edição de 23 de agosto do semanário “A Capital”.
Transcrevo parte do texto com que me identifiquei plenamente.
“Uma lição que a África deu ao mundo
Na minha opinião a imagem mais marcante dos jogos Olímpicos de Pequim é a de uma nadadora a retirar a prótese da perna esquerda, antes de se lançar à água, perante o olhar atônito de outras duas atletas.
(...)Foi a ela que os sul-africanos concederam a honra de transportar a bandeira nacional, na cerimônia de abertura dos jogos. Na verdade, Natalie, de 24 anos, já era uma vencedora mesmo antes de completar os impossíveis dez quilômetros da maratona aquática.
(....)Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas...
O exemplo de Natalie du Toit ajuda-nos ainda a combater paternalismos e complexos de inferioridade. Sim, é possível mergulhar para o futuro mesmo com uma perna a menos, mesmo com um passado atroz e um presente difícil.
Chegar em primeiro lugar não é o mais importante. O importante é melhorar sempre. O importante é estabelecer metas e ultrapassa-las. O importante é não desistir nunca.”
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