sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Meu olhar sobre Luanda

Gosto de novos desafios. Estou sempre aberta a aprender, descobrir e enfrentar com alegria e entusiasmo tudo o que a vida me oferece. Com Angola não tem sido diferente.

Até parece a mesma língua, mas é preciso ajustar o ouvido a um sotaque meio baiano, meio português, por inteiro doce.

São amigos, com um sorriso cativante e uma gargalhada gostosa  que lembra a do nosso Antonio.

Na rua, na batalha diária da sobrevivência, te chamam de mãe, madrinha, irmã, amiga,  e pedem sempre “gasosa”.

As mulheres angolanas são uma força da natureza. Com os filhos na barriga ou nas costas, caminham equilibrando grandes bacias com o que têm para vender naquele dia: frutas, peixes, linhas, roupas, aparelhos ou o que mais possa se imaginar.

A vida se ganha na rua. Entre os carros presos no engarrafamento, vendem-se  espelhos, sapatos, ferramentas, pneus, o que se conseguiu arrematar ou receber para venda nesse grande mercado ambulante.

Da “vitrine” do carro, com as janelas fechadas, o olho registra esse mercado informal que desfila na procura do freguês.

Mais de 40 anos de conflitos marcam a vida desta cidade, hoje um enorme canteiro de obras. Do terraço, vejo as gruas gigantescas revirando a terra  e a história de milhões de deslocados,  expondo a sua pobreza.

Um brasileiro amigo terá a tarefa de coordenar a descompressão desse tráfego impressionante, que nos faz lembrar de São Paulo como uma multidão organizada. Que os anjos digam amém.

 




Um comentário:

Anônimo disse...

Solange,
O blog está sensacional!
Parabens pela iniciativa!

Carlos