domingo, 12 de setembro de 2010

Receita de pai para filha

Não resisti. Mariana, minha filha , e seu namorado, Esdras, tem um blog culinário: "Nós Moscada". Como a banda de música de que êle faz parte, "Móveis Coloniais de Aracajú", ambos já são um sucesso.
Os "Móveis" acabam de ganhar mais um prêmio. Êsses meninos vão longe.
Orgulho de mãe, divide com vocês essa postagem e recomenda as historinhas recheadas de boas receitas.

Salada de macarrão do pai

By MarianaPublished: 5 de agosto de 2010

Posted in: Geral, Histórias, Massas, Receitas, Saladas, Vegetariana

Essa salada eu aprendi com meu pai. Meu pai, por sua vez, aprendeu na época que estava morando no Uruguai num curso chicoso que ele fez com um chef argentino que tem um restaurante metido perto de Punta del Este (qual o nome do chefe mesmo, pa?). Aliás, dou a dica, Punta tem a maior fama de ser lugar chique… sempre vejo as celebridades (frequentemente as mini-celebridades) na Caras (a leitura de escolha para o salão, lógico!) tirando fotos bregas em frente aos cassinos e tals. Tem coisas legais, mas a praia é bem mais ou menos para os padrões brasileiros. Agora massa mesmo são as praias pertinho dali. Essas sim arrasam no chiquê. Aperfeiçoaram aquela vibe rústico chique, sabe? É massa. Enfim, esse restaurante fica numa dessas…

Mas voltando ao assunto, o pai aprendeu, todos amamos, daí eu aprendi e repeti e repeti e repeti e é infalível. É fácil, deliciosa e perfeita para jantares para algumas pessoas porque dá pra fazer de manhã e não tem o problema de macarrão que tem que ser servido quentinho na hora. Procurei a receita para dar as medidas exatas, mas não achei então vai ser de cabeça mesmo.

Cozinhe um pacote de penne e enquanto ele está lá fervendo você faz o molho. Um bom punhado de salsinha, uma colher de mostarda dijon, um dente de alho, ½ xícara de azeite, ¼ de xícara de vinagre de vinho tinto, sal e pimenta. Bata tudo num liquidificador e prove. Fica meio líquido mesmo. Se precisar, coloque mais azeite, ou mais sal, ou mais mostarda. Enfim, ajuste a gosto. Quando a massa ficar pronta, escorra e misture o molho com ela quente. Deixe de lado para esfriar.

O resto é fácil demais. Pegue um pimentão (amarelo ou vermelho), corte ao meio, grelhe e depois corte em pequenos pedaços. Uma lata de grão-de-bico. Um bom punhado de azeitona preta fatiada (use a com caroço e corte – xô preguiça – aquela sem caroço é muito seca). Medida semelhante de tomate seco cortado e mais um tanto de mozarela de búfula também em pedacinhos. Misture tudo à massa que já esfriou e está pronto.

Resenha de cinema

Começou o TIFF, Toronto International Film Festival, um mega evento com mais de 300 títulos. Difícil estar atualizado com tantos títulos.

Nossa primeira escolha tem a ver com nossa geração, Buñel, Fellini, Truffaud, Godard, o cinema novo da época do nosso Glauber Rocha e tantos outros. Época em que todos éramos fominhas de cinema e assíduos frequentadores do Cine Paissandú...Como estaria nosso velho Godard depois de tantos anos? Fomos conferir "FILM SOCIALISM".

Para nossa surpresa a fila já dava volta no quarteirão meia hora antes da sessão começar. Quantos lugares teria esse cinema, nos indagamos? Mais de 1000, o que nos deixou mais tranquilos. Uma fila variada, muitos jovens o que nos encantou...se Godard continua a interessar os jovens...nós também estamos vivos...

Custei um pouco a penetrar novamente no mundo de Godard, confesso. Muita gente levantou.

E não é que de repente comecei a me encantar com aquela colcha de retalhos com que Godard vai construindo suas idéias, e saí encantada com o filme.

A câmera digital lhe deixou ainda mais solto para trabalhar o filme como um artista trabalha uma tela, somando idéias e te obrigando a pensar a cada nova pincelada.

São inúmeras as simbologias , um filme para ser descoberto , quadradinho por quadradinho , como numa colcha de retalhos. Plasticamente me encantou o tratamento irreal das cores, sépias, pretos , brancos sem os complicados efeitos especiais, como se estivesse pintando pensamentos.

A crítica no Globe and Mail só deu 2 estrelas; eu daria pelo menos 3 ou 4.

Godard nos leva em um cruzeiro, com um bando de gente estranha como qualquer um de nós, a alguns dos lugares que marcaram a formação da Europa e da chamada cultura ocidental: Egito, Grécia, Itália, Palestina...Não esquece a luta anti-franquista, a revolução socialista e os fantasmas nazistas. Ao longo, sempre presente e distante, a Mãe África.

Depois, nos põe à espera, não de Godot, mas de uma entrevista em que uma família, sagrada como a nossa, propõe-se a revelar o camnho para si mesma e a Europa.

"De choses comme ça"( são coisas assim) , como ele próprio repete tantas vezes no filme. Afinal para Godard ,mais importante do que viver é contar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mudanças são fáceis?

E depois dizem que as mudanças são fáceis.

Limpeza da casa... novas experiências...renovação!!!

Não irei muito para trás. Só até minha ultima saída para o exterior.

No Brasil me dedicava inteiramente ao meu trabalho, ao convívio com minhas alunas de papel maché , minha família e minha casa sempre cheia de amigos que são uma fonte permanente de nutrientes para minha formação.

Parto.

Chego em Angola cheia de expectativa e acabei me envolvendo nos eventos culturais e de assistência social.

Me senti enriquecida fazendo algo que nunca havia feito e me deu enorme prazer, algo inteiramente fora dos meus padrões anteriores.

Foi muito além das minhas expectativas.

Parto novamente com as mãos cheias.

Chego a Toronto e me sinto um saco vazio, procurando sonhos para inflá-lo novamente.

De repente fiquei de mãos vazias com a sensação de que perdi tudo que deixei para trás.

Toronto, cidade bonita, povo hospitaleiro e educado, comunidade organizada em seus diversos segmentos, tudo bem ou mal moldado com o gosto e a ordem local.

Pouco ou nada para interferir nessa paisagem perfeita , pintura do "Grupo dos 7" e que se mantém intacta com o passar dos anos.

É um desafio, creiam-me, para alguém como eu que trabalha com a criatividade e que não consegue ler manuais, não lê mapas e adora se perder...

Felizmente que esse período de adaptação esta por terminar com a chegada da nossa mudança.

Quatro meses é tempo demais para tanta inércia, férias demasiado prolongadas.

Quero encher minha casa com minhas lembranças que vão me ajudar a construir o meu presente e que será a saudade na minha partida.

Essa é minha certeza , a temporada em Toronto servirá prá muita coisa!


Meu aquário em Toronto, janelas que não abrem mas mostram uma vista maravilhosa.
Um saco para os sonhos....

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Contrastes e vivências


Já vivi muitas vêzes em países do chamado "primeiro mundo", mas vindo de Angola, a chegada em Toronto é um inevitável choque cultural.
Angola foi uma experiência muito forte e só quem viveu lá pode entender e perceber as grandes contradições desse pobre país rico.
Umas prazeirozas, outras difíceis, todas as vivências em Angola foram extremamente enriquecedoras, sobretudo para um brasileiro que tem suas raízes e 500 anos de história ligadas à África, e ainda mais diretamente com Angola.
Guardo comigo um grande orgulho do trabalho que nos foi possível realizar em Luanda com o apoio de toda a comunidade brasileira.

Angola, país em reconstrução, vivendo a paz há 8 anos depois de 40 anos de guerra civil.
Toronto, cidade em continua modernização.
O verde e as flôres de Toronto são uma paz para os olhos.
Luanda ainda convive com a sujeira das ruas e a falta de jardins.

O transito caótico de Luanda é assustador.

Em Toronto o transito organizado oferece segurança para a pedalada dos ciclistas.

A zungueira, vendedora ambulante de Angola, mulher guerreira , com seus filhos nas costas, carrega a cêsta , sobrevivência para o seu dia.

Enorme contraste com os mercados de frutas e legumes onde olhos ávidos, alimentam a nossa gula.

Escola dos Salesianos, um oásis em pleno Roque Santeiro, maior mercado aberto ao sul do Sahara conhecido, no bairro da "Lixeira".

A Universidade de Toronto, com sua austeridade, é um exemplo da tradição cultural da cidade.

A Favela do Roque Santeiro, Musseque, sem água, sem luz, coberta pela poeira de meses de seca...

e ai te encontras com essas casas floridas ...essa é uma diferença que dói...

O verde ecológico, preocupação constante no país...

contrasta com a beleza dos tecidos africanos, tradição que transforma cor em alegria.

Mas é a alegria do sorriso das crianças que transforma a esperança em fé.

A fé de um país que busca seus caminhos e que vai dar certo.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Dra. Zilda, uma lição de vida

Confesso que me sinto uma privilegiada de ter conhecido de perto a Dra. Zilda.

A oportunidade que tive de acompanhá-la em Angola divulgando a Pastoral da Criança, foi das mais belas experiências que tive por aqui.

A perda é enorme não só para o Brasil, mas para o mundo. 

Esparramou a semente do bem por onde passou.

No Brasil a Pastoral da Criança já colhe seus frutos, esta bastante consolidada, é questão de regar para não deixar morrer. 

Mas em países da África, Angola  em especial que conheço bem, o projeto ainda tem muito para crescer.

Com certeza sua morte no Haiti, levantou a bandeira da Pastoral e colocou  o Haiti e sua triste miséria no mapa.

Dra. Zilda, com seu sorriso manso e cheio de energia, estará sempre olhando pelas nossas crianças.












sábado, 2 de janeiro de 2010

Feliz 2010


Ano novo chegou e me deu vontade de mudar o visual do blog. Que seria da vida se não existisse a possibilidade ¨Sonhar¨?
Click nela e seja feliz!!!